Rubenildo Metal: Maconha, Coisa de Perdedor

Maconha, Coisa de Perdedor


Por Alberto David


“Jovens, arrependei-vos nos dias da vossa mocidade”
Salomão

Não há como considerar a maconha pouco tóxica ou declará-la inofensiva, em se comparando com as drogas pesadas, tais como a cocaína e a heroína. Por essas razões é que temos dado à maconha uma atenção especial.

A maconha de hoje é 15 vezes superior à da geração passada, que se usava nos anos 70. Isso porque ela está sendo consumida, misturada ao crack, e ainda se encontram nela os ingredientes impuros, como o esterco de cavalo, capim seco, ou, até mesmo, o mel para neutralizar o cheiro.

É uma estupidez negar o mal que a maconha faz. Entregar-se a ela é pôr em jogo a saúde e o equilíbrio, enfim, pôr em risco a sua própria vida.

A dependência psíquica dessa substância não demora a manifestar-se, produzindo mudanças de comportamento, que vão desde uma mentira sistemática a uma prática de crimes. A pessoa ri. O cérebro não fica “esperto”. “O torpor inicial torna-se sono, ou seja, o indivíduo pode deitar no sofá e, de repente, cair em sono profundo. O usuário tem, frequentemente, a impressão ilusória de que está atingindo maior sensibilidade, em especial na audição, e uma súbita ilusão de que é um talento. [...]. O uso regular de maconha gera perda de interesse nos estudos, bloqueia toda a motivação, a capacidade mental se encontra reduzida, as aulas perdem a sua razão de ser, a leitura se torna tão penosa que é considerada odiosa e a compreensão do texto fica prejudicada”. Isso é o que afirmam Paul Eugene e Paulus Charbonneau, no livro “Drogas, prevenção e escola”.

Segundo esses especialistas, inalar a fumaça de maconha e conservá-la no organismo, durante maior tempo possível, para ter logo o efeito desejado, é de um prejuízo enorme para os pulmões. A fumaça da maconha irrita as mucosas das vias aéreas e produz problemas respiratórios, prejudicando os brônquios e a função pulmonar. Sendo comuns os casos de bronquite crônica. A longo prazo, a maconha é dez vezes mais cancerígena do que o tabaco. Dizer que maconha é menos ofensiva que o cigarro de fumo é discurso de usuário assíduo de maconha.

A maconha afeta todas as etapas da fisiologia reprodutiva de ambos os sexos. Diminui o tamanho e o peso da próstata e testículos e pode provocar desenvolvimento de ceio nos homens. Os bebês de usuários de maconha têm pesos e tamanhos menores do que os recém-nascidos normais.

Segundo o Dr. Mytainho Severiano da Silva, “o estudo sistemático das ações da maconha no corpo humano só foi possível a partir de 1964, quando Raphael Mechoulam, da Universidade de Tel-Aviv – Israel, isolou a principal substância responsável pela droga e a batizou – Delta 9 – tetra hidro canabinol. A fórmula do veneno tem dois átomos de carbono, trinta de hidrogênio – é o THC. O tamanho e peso molecular dessa substância permitem atravessar barreiras, como pequenos vasos sanguíneos e membrana celular. Com todas essas características, atinge rapidamente o sistema nervoso central.” (SILVA, no livro “Se liga, Drogas”, p. 13).

Os efeitos físicos e agudos dessa substância são: secura na boca, olhos vermelhos, pupilas dilatadas, cabeça quente e um pouco pesada, zumbido nos ouvidos, náuseas e taquicardias, logo no início, o que faz o coração apresentar em média, 150 batimentos por minutos, equivalente aos batimentos durante um orgasmo. Os fumantes da droga apresentam, ainda, aumento considerado de apetite, isso explica a fome voraz dos usuários. Essas são deduções da maioria dos estudiosos de maconha.

“Na verdade, ninguém morre de tanto usar maconha, (só em casos de câncer), porque após uma boa quantidade fumada, o viciado sente uma dor na garganta, como se fosse uma forte amidalite, o que dificulta a respiração e a deglutinação. Daí, não consegue fumar mais a droga,” diz o psicoterapeuta Içami Tiba.

E mais, muitos especialistas afirmam que a língua do fumante de maconha costuma perder e diminuir o controle motor, ou seja, ela não atende às ordens do cérebro adequadamente. A voz fica embaraçada, pastosa, enrolada. Geralmente acompanha a moleza do próprio corpo.

É possível perceber um usuário de maconha, devido à sua agitação ou esmorecimento em demasia. Seus olhos brilham, ficam bem abertos e com os movimentos rápidos, age sempre, como se estivesse com pressa, não consegue parar para ouvir. Sua tendência é tornar-se agressivo, quando contrariado. Isso é o que constataram os estudiosos.

Na verdade, os jovens de hoje arriscam-se, desnecessariamente, pouco fazendo para se preservarem e não “plantam” para o amanhã. Em um concurso, por exemplo, ou em uma entrevista de emprego, ficam “zoando”, bebendo, fumando maconha, antes das provas ou do compromisso e adiante se lamentam. Esses jovens ficam com a personalidade tão fragilizada e a autoestima tão destruída, que não conseguem superar facilmente esses obstáculos, que a vida lhe proporciona, e quebram-se como os cristais.

A maconha é a droga mais usada pelos jovens no Brasil.

Tomando as palavras do educador e autor do livro “Resposta sobre as drogas”, Içami Tiba, “É mais grave quando o irmão mais velho, que começa a usar drogas, acaba influenciando os outros, porque os menores querem acompanhar os maiores.”, como se fumar maconha fosse coisa de gente superior.

O uso da maconha é péssimo para os jovens. “Ela interfere na formação do sentido moral da pessoa, no seu senso de responsabilidade e dever”, expressa muito bem Flávio Girovat. Enfim, essa “erva danosa” consegue empurra os jovens para baixo. Maconha é coisa de perdedor.

Quanto aos pais, estes se sentem impotentes diante do filho, que faz uso de drogas. Há um sentimento de perda, decepção e de tristeza. E, pior, os filhos drogados dificilmente sentem remorso.

Qual o mérito do vencedor? É de um campeão olímpico que usa medicamentos para vencer os obstáculos, ou de uma linda modelo que se prostitui para alcançar os louros? Muitos jovens lutadores, que trazem um mau exemplo para o esporte, quando aliam-se às substâncias tóxicas. É uma incoerência sem tamanho. Entre os caminhos estreito e largo, que o Cristo falou, eles optam para o largo, que é o mais fácil a seguir.

Segundo os historiadores, no Brasil, a maconha foi introduzida nos tempos coloniais para fins têxteis. Com o tempo, os negros africanos passaram a usá-la como substância tóxica. As plantações se espalharam e o uso indevido da maconha se tornou um problema grave. Também, nesses tempos idos, a maconha foi bastante usada nos terreiros de candomblés, e era conhecida, na Bahia, por macumba. Foi Getúlio Vargas que proibiu o uso dela nos terreiros de candomblés, em troca, legitimou a religião.

“Mas a partir de 1937, a maconha foi considerada entorpecente e proibida por lei, por ser uma substância capaz de determinar, quando aspirada, distúrbios que vão desde o riso abundante e inconsequente, até a alucinação, a loucura, a agressão e o homicídio. E, assim, a sua plantação passou a não ser mais permitida em todo o território nacional”. Isso conforme relato do professor Luís Carlos Rocha.

É bom lembrar que o primeiro a proibir o uso dessa substância no mundo foi Napoleão Bonaparte e, recentemente, George Bush no ano de 1992, que proibiu o uso de maconha em todo o território americano. Mas, na verdade, quem mais conteve o avanço das drogas foi o Cristianismo, pois hoje a maconha é proibida, praticamente, no mundo inteiro.

Existem pessoas física e psicologicamente prejudicadas, cuja dependência é ligada a uma única substância. No caso o THC da maconha, vai um exemplo bem ilustrativo.

O caso de George Michael, pop star internacional, que de tanto fumar maconha (acendia um cigarro atrás do outro), detonou a sua vida, e desmotivou a sua carreira, entrando para o ostracismo. Um fato comentado no mundo inteiro. Dependência é dependência, não importa a droga. Droga é droga.

“Também, as sensações que provocam a maconha podem reproduzir-se, espontaneamente, isto é, a maconha produz efeito de retorno, os chamados flashe-backs, assim como o ácido lisérgico, o conhecido LSD”, atestam os estudiosos.

Nos últimos anos, desenvolveu-se, em diversos países do mundo, amplo debate entre os que buscam incansavelmente mostrar, através dos estudos e das pesquisas, a gravidade da maconha, tais como a demência, a depressão profunda e as reações psicóticas agudas, que se assemelham aos casos de esquizofrenia, sem dizer do social. Por outro lado, pequenos grupos querem a liberação dessa substância. “Dizer sim à maconha é plantar a semente que dará origem à tristíssima colheita, que tão triste irá alimentar a desgraça total.” Do tratado sobre maconha, “Os jovens perante as Drogas” ( p. 20).

Infelizmente, a verdade é essa, os nossos jovens estão doentes. Essa geração que consome maiores quantidades de maconha pagará um alto preço, maior do que a geração dos Beatles, de Elvis, de Eric Clipton e Bob Dilan. Maconha estimula mesmo é a inconsequência e a idiotice.
Quem tem os ouvidos de ouvir, ouça.


BIBLIOGRAFIA

Flávio Gikovate. Drogas.
Içami Tiba. Respostas sobre drogas.
Paul Eugene; Paulus Charbonneau. Drogas, prevenção, escola.
Luis Carlos Rocha. As drogas.
José Elias Murad. O que é preciso saber.